Ideias Livres

quinta-feira, setembro 27, 2007

PPPs...

Fernando Pinto veio a público afirmar que nem quer ouvir falar da opção "Portela+1".
Segundo ele, "a solução dos dois aeroportos vai destruir uma conquista da TAP e vai arruinar a placa giratória de passageiros que a companhia consolidou na Portela".
O presidente da TAP diz ainda que "o importante é que o aeroporto seja novo, moderno e rapidamente construído, porque a Portela vai estar esgotada em 2018".
Ora o que Fernando Pinto queria mesmo dizer era que o aeroporto teria de ser "novo, moderno, rapidamente construído e pago por todos os portugueses". Mais um exemplo de Parceria Público-Privado, típica modalidade de 3ª via e que apenas promove a fuga de capitais públicos para os bolsos da oligarquia vigente. O que Fernando Pinto nos está mesmo a dizer é que precisa de um hiper-subsídio na forma de elefante branco com 3 pistas para manter a TAP a dar dinheiro.
Pessoalmente, como cidadão, não sinto qualquer necessidade de ter uma companhia aérea nacional para me massajar o ego. Tirando viagens profissionais ao Porto, nunca uso a TAP, optando sempre que possível por low costs apátridas. A solução ideal para mim e, a julgar por várias sondagens, para a maioria dos portugueses, é pagar pouco pelo aeroporto e pouco pelas viagens futuras. A melhor solução deveria passar pela criação de um aeroporto para lowcosts, com custos mais baixos, mantendo a Portela. Destrói os sonhos megalómanos de Fernando Pinto? Eu também tenho alguns, mas tento ter o bom senso de não obrigar ninguém a pagarmos.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Todos iguais, todos diferentes

O que têm de igual e de diferente um socialista e um liberal?

Tanto um socialista como um liberal sabem que destino dar ao fruto do seu trabalho mas, ao contrário de um liberal, um socialista também sabe que destino dar ao fruto do trabalho dos outros...

Os Lobos e o Serviço Público

Sou um consumidor fervoroso de rugby, especialmente ao mais alto nível, como aquele a que a Sport TV nos tem permitido assistir no último ano. Joguei durante pouco tempo durante a adolescência, mas infelizmente cresci fora de prazo e para os lados, pelo que na altura me limitava a levar porrada sempre que o treinador me dava 10 ou 20 minutos de jogo. Hoje, tenho pena de não me ter esforçado um pouco mais mas nem todos temos de gostar de praticar os desportos que nos dão prazer ver jogar.
A qualificação de Portugal para o Mundial da modalidade, a que assisti ao vivo sempre que pude, foi um feito enorme, mesmo se conseguida com alguma sorte no derradeiro jogo em Montevideo, fruto de uma anormalidade de um jogador uruguaio, exemplarmente punida pelo árbitro com a expulsão, decorria o terceiro minuto de jogo.
No passado domingo apenas pude ver cerca de 20 minutos do jogo com a Escócia, num café em Azeitão, antes do casamento de dois bons amigos. Felizmente incluiram o nosso primeiro ensaio numa fase final de um campeonato do mundo, após uma brilhante sequência de pressão junto à linha de ensaio escocesa. Se o facto de terem escolhido transmitir o jogo num café em que poucos conheceriam as regras do mesmo já me tinha enchido de satisfação pelo excelente trabalho promocional que a Sport TV desenvolveu, a forma como 10 ou 15 pessoas torceram pela nossa selecção enquanto esta se debatia com a defesa escocesa demonstrou que também uma parte do espírito do rugby já tinha passado para aquele grupo. E a forma efusiva com que, erradamente, gritaram "Golo!" fez-me compreender que estaríamos a viver um momento único de uma modalidade sempre vista como pertença de uma elite, tal como já tinha pressentido quando, no Estádio Universitário, vira grupos de amigos em que alguns, conhecedores das regras, ensinavam aos demais as bases da modalidade.
Do esforço de um grupo e da capacidade de liderança de um homem saiu este resultado, que estou certo colherá frutos nos próximos 10 a 15 anos. De isto se apercebeu a Caixa Geral de Depósitos, com um anúncio brilhante. Os heróis criam-se com trabalho e dedicação, não por decreto. Os crescimentos correctos e naturais, são lentos e orgânicos, processos iterativos de desenvolvimento.
Por isso, considero que os pedidos feitos pelo CDS, exigindo à RTP a transmissão dos jogos da selecção de rugby no campeonato do mundo, são um disparate. Como aliás, o são, a transmissão dos jogos da selecção de futebol, embora vista por uma quantidade muito maior de portugueses. Um partido que defende a privatização do canal público não pode, em simultâneo, exigir a sua utilização para determinados fins. Ou se considera que o serviço público televisivo não faz sentido e cada minuto é um minuto a mais, com custos para todos nós ou não. Ou o CDS quer ser um partido de cariz nacional-conservador ou liberal. Os dois, como me parece evidente neste caso, não são compatíveis num partido com 6% de votos. Pior ainda do que isso, o facto de se associar o rugby a uma elite económica e social apenas faz com que este pedido do CDS, curiosamente associado por muitos à mesma elite, soe brutalmente a corporativismo serôdio, que pode até prejudicar a excelente imagem que o rugby nacional tem criado.
Desejo muita garra aos nossos Lobos para os três jogos que lhes restam. Com eles cantarei o nosso hino, que me orgulha e emociona. Mas não contem comigo para forçar aos outros o meu padrão.

domingo, setembro 02, 2007

Dúvida temporal

As FARC anunciaram ontem a localização dos corpos de onze deputados que haviam mantido como reféns e, entetanto, executado. Nada de novo na frente ocidental... marxismo e terror de braço dado, impedindo, em conjunto com as milícias para-militares de extrema-direita, a estabilidade e desenvolvimento da Colômbia.

Agora a minha grande dúvida é se o fizeram antes ou depois de apanharem o avião para Portugal, para assistir à grande Festa do Avante...