Ideias Livres

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Cronograma de um Mito

Excelente cronograma em formato duplo-A0 a descrever a origem do mito do aquecimento global, culminando no ClimateGate, que descobri aqui, no The Devil's Kitchen.


segunda-feira, dezembro 28, 2009

Viagem ao império do Silêncio

A não perder a reportagem na forma de pequenas estórias, a publicar durante três dias, realizada por jornalistas da Maisfutebol sobre a Coreia do Norte, a "democracia eventual" de Bernardino Soares.

Nas estórias de hoje, temos a descrição do maior estádio do mundo, que tem enchentes nos aniversários do falecido líder Kim Il-Sung e que serve também de palco às execuções de perigosos bandidos que, por exemplo, realizam chamadas para o estrangeiro.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

A propósito dos "centros de decisão nacionais"

Excelente artigo de opinião de Jorge Bleck no Diário Económico de hoje. Embora sem link (que eu encontrasse), fica abaixo o texto, na íntegra:

No frenesim do pós-Abril, a moda foi concentrar em grandes empresas públicas os despojos do roubo em que consistiram as nacionalizações. Então, como hoje, a concorrência pouco ou nada dizia aos poderes públicos. Desta onda revolucionária e concentracionista sob a tutela do Estado patrão nasceram, entre outras, a Cimpor, a EDP, a PT e a Galp. Entretanto, o país recuperou o juízo, ainda que não todo, e deparou-se com uma realidade: tinha campeões nacionais, mas menos concorrência e, sobretudo, menos capital privado. A partir daqui tudo se faz para disfarçar aquilo que é uma evidência: não há capital privado que possa assegurar a manutenção dos centros de decisão dos novos “gigantes” em Portugal sem o beneplácito ou a cumplicidade do Estado que os criou e o sacrifício da transparência, de uma concorrência efectiva e de uma iniciativa privada verdadeiramente livre da tutela entorpecedora e promíscua do Estado. Livrámo-nos da Ditadura mas a promiscuidade entre empresas e o Estado que há séculos nos atrofia a livre iniciativa tinha vindo para ficar. O resultado aí está, para quem quiser ver.

Concorrência? Transparência? Livre iniciativa? Fronteiras abertas? Cruzes! O importante é tudo fazer com vista à manutenção dos centros de decisão em Portugal. É que da manutenção dos ditos “centros de decisão” - para além do patriótico desígnio que encobre o verdadeiro objectivo - resulta para o Estado capacidade de exercer influência, poder de induzir acções ou inacções, oportunidade de promover favores, e, last but not the least, a possibilidade de encontrar sempre alguns jobs for the boys. Tudo isto o poder político democrático apadrinhou ao longo das últimas décadas e nem o processo de privatizações soube ser sempre transparente e sem promiscuidades indesejáveis - possivelmente expressão de consciência pesada de quem no governo se recusou a pagar o que era devido. Entretanto a economia sofreu, os consumidores continuam a penar por melhores preços, alguns dos gigantes amolecem sob o proteccionismo inerente, ao mesmo tempo que se resignam aos fretes a que de quando em quando o Estado os obriga, seja subsidiando estudos ou eventos que nada lhes respeitam, ou investindo fora do tempo ou fora das suas agendas.

E aí está a Cimpor e uma OPA de alguém que foge ao controlo do poder político reinante e se atreve a desafiá-lo ao tomar iniciativa fora do clube e sem autorização prévia. Que topete! Pois é precisamente por isso que a OPA é boa, quanto mais não fosse. A Cimpor é um desses casos de dupla criação do poder político. Veja-se no que deu; primeiro criaram o “gigante”, depois, há oito anos, muitos dos que ainda lá estão, moscambilharam para o manter uno e indivisível em mãos nacionais, recusando escutar avisadas vozes que oportunamente denunciaram que ou se esquartejava o animal para que algum dos belos pedaços permanecesse por cá, ou ele ir-se-ia inteirinho daqui, sorvido por alguma boca gulosa estrangeira cujo estômago teria adequada capacidade digestiva, que não se vislumbrava reconhecida aos privados nacionais, vítimas que foram de dieta imposta por imaturidades revolucionárias. Pois agora, a ter vencimento a OPA, o gigante vai-se todo e arriscamo-nos a que nada fique cá. Viva o Estado na economia!