Ideias Livres

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Freakonomics #1

"Freakonomics", o polémico livro de Steven Leavitt, o jovem economista americano conhecido pelas suas análises descomplexadas e pela criatividade do seu raciocínio, aliada à compreensão dos mecanismos de incentivos que afectam não só os agentes económicos mas todos os agentes sociais, está no primeiro lugar do top de vendas nacional.

As pessoas têm destas coisas. Surpreendem-nos. Saltam do "Harry Potter" para o "Medo de Existir", de José Gil, do Dan Brown e da Margarida Rebelo Pinto para a análise socio-económica "out-of-the-box".

Eventualmente muitos dos leitores terão comprado "Freakonomics" mais pelo "Freak" do que pelo "Economics". Who cares? O livro lê-se de um fôlego, é didáctico e ajuda a compreender os tais incentivos, as "cenourinhas" da vida, pelas quais nos mexemos de um lado para o outro e que explicam as nossas acções e inacções. O ser editado em português é, por si, uma boa notícia. Ser #1 dos tops é um feito. Muitas das pessoas que lerem o livro julgarão não ter aprendido muito com ele, encarando-o como um conjunto de histórias interessantes. Mas inconscientemente terão aprendido algo de novo. Outras compreenderão um pouco do fio lógico que as une, o código por trás da realidade, e passarão a ver as decisões do seu dia a dia de outra forma e, acima de tudo, as decisões dessa amálgama de peças únicas a que chamamos sociedade.

Para um liberal estas são excelentes notícias. Uma sociedade liberal só se pode desenvolver correctamente com agentes inteligentes e livres, que compreendam o melhor possível a sua envolvente para melhor agir. Iniciativas que aumentem a compreensão da sociedade e que desmistifiquem áreas do conhecimento são contributos significativos para que nos aproximemos dela.