Ideias Livres

segunda-feira, junho 11, 2007

"O Zé faz falta!"

É com esta frase, completamente vazia de significado político, que o Bloco de Esquerda se candidata à CML, às escondidas, com o vermelho e preto trotskista escondido no baú dos seus "tesourinhos deprimentes", tentando aproveitar a moda dos candidatos independentes.

Ora o Zé tem servido, até agora, para empatar. É o chato de serviço. Não quero com isto dizer que não faça falta um chato - é aliás isso que creio que o BE quer dizer com o slogan de campanha. Mas imaginemos o mesmo slogan usado por outros políticos portugueses, ex-candidatos à CML - "O Pedrinho faz falta!" ou "O Paulinho faz falta!" - e conseguimos imaginar o verdadeiro grau de ridículo desta frase (e o que não diriam dela os apoiantes de Sá Fernandes...).

Além do mais, se não me falha a memória, Sá Fernandes conseguia ser chato muito antes de ser vereador municipal. Era já um fartote de providências cautelares e outros instrumentos legais que permitissem tirar real partido da morosidade do sistema jurídico português para congelar decisões estratégicas e operacionais importantes da cidade de Lisboa. Mas era um chato bricoleur. Um chato por hobby. Das 9 às 18 tinha de ganhar para comer. Agora não, é um chato público. Não bastavam todos os funcionários públicos que pouco fazem, agora temos um vereador pago para acalmar aqueles que ainda se vão mexendo. Usa as deficiências do jogo a seu favor. Atrasa o óbvio por pormenores administrativos. Custa-nos muito dinheiro.

Por tudo isto, acho que o slogan de Sá Fernandes está incompleto e descontextualizado. A frase integral da sua campanha, prestes a ser divulgada é:

"Quando o Zé faz falta, o árbitro assobia para o lado!"

2 Comments:

  • Sim, o slogan é algo ridiculo e cómico. No entanto, o que há a dizer dos outros?... Que clichés cheios de nada, Rigor! A sério!.... diria que um bom "slogan" para mim enquanto vontante era um site na internet onde estivesse claramente explicitado o programa proposto pelo candidato. Mas depois já entramos noutra onda, os candidatos teriam de prestar contas no fim e ver o que fizeram e o que não fizeram e porquê... utopias, portanto...

    By Anonymous Anónimo, at 9:34 da manhã  

  • Welcome back!

    Não estou tão seguro quanto à utilidade do Sá Fernandes. De facto, ele tinha razão quanto ao Metro de Lisboa no troço Chiado/Santa Apolónia: não foram feitos estudos geológicos e o resultado está aí. Se lhe tivessem dado razão, já se teria poupado imenso dinheiro...

    By Blogger NC, at 11:15 da manhã  

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