A relatividade das quotas
Foi mesmo para a frente o estabelecimento de quotas para o sexo feminino nas listas dos partidos para a Assembleia da República, autarquias e Parlamento Europeu. O PS, devidamente coadjuvado pelo BE, aprovou a legislação necessária.
A esquerda continua a acreditar que como indivíduos temos muito pouca autonomia intelectual e que são as nossas envolventes que dominam as nossas escolhas. Assim, qualquer assembleia de representantes tem de ser um micro-cosmos sociológico da população que a elege. Porque, no fundo, continuam amarrados ao conceito de luta de classes marxista. Não compreendem que classificar as pessoas é restringir as suas liberdades de escolha.
Uma mulher, além de mulher, tem uma miríade de outras características pessoais. Mal seria se o seu sexo fosse a mais importante. Tem os livros que lê, os discos que ouve, o sítio onde mora, os seus interesses profissionais, os seus hobbies, o seu prato favorito, o seu clube de futebol, a praia de férias, o café de fim de tarde, o filme da sua vida, a sua faculdade, a vida dos seus pais e amigos, e uma milhares e milhares de outras coisas que fazem de nós o que somos incluindo, também, o seu património genético. É esta multiplicidade, esta riqueza, que nenhuma teoria poderá reproduzir a não ser que a assuma de base, como fazem as teorias liberais que centram no indivíduo e na suas suas características únicas a base da sociedade.
Por outro lado, não me parece que a selecção de pessoas para as listas de deputados se faça tendo por base o sexo dos eventuais candidatos. Se algum factor é decisivo nesta matéria, é o de pertencer a um partido. Assim, e seguindo o fio lógico de quem defende o regime de quotas - que não é de forma alguma o meu, a única decisão possível passaria por criar quotas para independentes, na tentativa de contrariar a clara discriminação a que é exposta quem está fora dos círculos partidários. Se disser que apenas 5% da população é militante de algum partido, não estarei a errar por muito - e por excesso, creio... Porém, cerca de 95% dos deputados são militantes de partidos, numa clara discriminação a que estão expostos todos aqueles que não pertencem ao status quo.
Proponho, portanto, em nome dos defensores dos regimes de quotas, que 2/3 dos membros das listas dos partidos tenham de ser independentes, pondo cobro a um passado de inferiorização dos mesmos, sempre afastados do poder político e vistos como adorno do poder instituído. Só assim poderemos aproximar o nosso parlamento da realidade do país. Depois, só precisaremos de definir que 1/5 dos deputados receberá o salário mínimo e que 5% terá de ser imigrante ilegal...
A esquerda continua a acreditar que como indivíduos temos muito pouca autonomia intelectual e que são as nossas envolventes que dominam as nossas escolhas. Assim, qualquer assembleia de representantes tem de ser um micro-cosmos sociológico da população que a elege. Porque, no fundo, continuam amarrados ao conceito de luta de classes marxista. Não compreendem que classificar as pessoas é restringir as suas liberdades de escolha.
Uma mulher, além de mulher, tem uma miríade de outras características pessoais. Mal seria se o seu sexo fosse a mais importante. Tem os livros que lê, os discos que ouve, o sítio onde mora, os seus interesses profissionais, os seus hobbies, o seu prato favorito, o seu clube de futebol, a praia de férias, o café de fim de tarde, o filme da sua vida, a sua faculdade, a vida dos seus pais e amigos, e uma milhares e milhares de outras coisas que fazem de nós o que somos incluindo, também, o seu património genético. É esta multiplicidade, esta riqueza, que nenhuma teoria poderá reproduzir a não ser que a assuma de base, como fazem as teorias liberais que centram no indivíduo e na suas suas características únicas a base da sociedade.
Por outro lado, não me parece que a selecção de pessoas para as listas de deputados se faça tendo por base o sexo dos eventuais candidatos. Se algum factor é decisivo nesta matéria, é o de pertencer a um partido. Assim, e seguindo o fio lógico de quem defende o regime de quotas - que não é de forma alguma o meu, a única decisão possível passaria por criar quotas para independentes, na tentativa de contrariar a clara discriminação a que é exposta quem está fora dos círculos partidários. Se disser que apenas 5% da população é militante de algum partido, não estarei a errar por muito - e por excesso, creio... Porém, cerca de 95% dos deputados são militantes de partidos, numa clara discriminação a que estão expostos todos aqueles que não pertencem ao status quo.
Proponho, portanto, em nome dos defensores dos regimes de quotas, que 2/3 dos membros das listas dos partidos tenham de ser independentes, pondo cobro a um passado de inferiorização dos mesmos, sempre afastados do poder político e vistos como adorno do poder instituído. Só assim poderemos aproximar o nosso parlamento da realidade do país. Depois, só precisaremos de definir que 1/5 dos deputados receberá o salário mínimo e que 5% terá de ser imigrante ilegal...
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