Um país, dois sistemas, zero soluções
Os recentes confrontos e manifestações em França, que tanta tinta têm feito correr por toda a Europa, têm como génese uma proposta de Villepin de liberalização da legislação laboral para menores de 26 anos. Muitas destes confrontos são orquestrados pela extrema-esquerda trotsquista que, ao aperceber-se da brecha política causada pela proposta governamental, vê nela uma boa maneira de queimar, ao mesmo tempo, os dois proto-candidatos da direita às presidenciais de 2007 - Dominique de Villepin, primeiro-ministro, e Nicolas Sarkozy, ministro do Interior.
A proposta governamental visa combater o elevado desemprego jovem, fruto de uma rígida e excessivamente protectora legislação laboral, que sobreprotege quem está dentro do sistema, excluindo os que nele tentam entrar. A ideia brilhante de Villepin, que consegue não agradar nem a gregos nem a troianos, passa por criar um regime especial para menores de 26 anos, que permitiria aos seus empregadores despedi-los sem ter dar satisfações, com uma compensação financeira definida na lei.
A verdade é que esta proposta peca por injusta, ingénua e inútil. Injusta, porque provoca uma inaceitável discriminação de direitos entre cidadãos, na tentativa vã de resolver um problema estrutural que requer uma actuação transversal e não apenas pontual. Não se deve obrigar os jovens a condições contratuais muito piores apenas para que a geração acima da dele mantenha todos os privilégios sem pagar por eles. Ingénua, porque num país como a França, com um tal passado de rebelião estudantil, estava-se mesmo a pedir este tipo de reacção, por mais criminosa que ela seja - e tem sido. Inútil, porque a rigidez da legislação laboral francesa não acabará com a implementação desta medida, servindo mesmo para a perpetuar ao arranjar remendos que aumentem a sua débil sustentabilidade, à custa de uma franja da população já de si fustigada pelos erros das últimas gerações.
Infelizmente, as pessoas que temos visto nas ruas apenas dizem não querer esta nova legislação, quando deveria sugerir que ela fosse alargada a toda a população, promovendo o dinamismo e a competência. De vitória em vitória até à derrota final...
A proposta governamental visa combater o elevado desemprego jovem, fruto de uma rígida e excessivamente protectora legislação laboral, que sobreprotege quem está dentro do sistema, excluindo os que nele tentam entrar. A ideia brilhante de Villepin, que consegue não agradar nem a gregos nem a troianos, passa por criar um regime especial para menores de 26 anos, que permitiria aos seus empregadores despedi-los sem ter dar satisfações, com uma compensação financeira definida na lei.
A verdade é que esta proposta peca por injusta, ingénua e inútil. Injusta, porque provoca uma inaceitável discriminação de direitos entre cidadãos, na tentativa vã de resolver um problema estrutural que requer uma actuação transversal e não apenas pontual. Não se deve obrigar os jovens a condições contratuais muito piores apenas para que a geração acima da dele mantenha todos os privilégios sem pagar por eles. Ingénua, porque num país como a França, com um tal passado de rebelião estudantil, estava-se mesmo a pedir este tipo de reacção, por mais criminosa que ela seja - e tem sido. Inútil, porque a rigidez da legislação laboral francesa não acabará com a implementação desta medida, servindo mesmo para a perpetuar ao arranjar remendos que aumentem a sua débil sustentabilidade, à custa de uma franja da população já de si fustigada pelos erros das últimas gerações.
Infelizmente, as pessoas que temos visto nas ruas apenas dizem não querer esta nova legislação, quando deveria sugerir que ela fosse alargada a toda a população, promovendo o dinamismo e a competência. De vitória em vitória até à derrota final...
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