Ideias Livres

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Livros para os candidatos a Belém

Porque José Lello não tem o exclusivo de oferecer livros a políticos e porque o Natal surgiu, de facto, em Belém, decidi oferecer um livro a cada um dos cinco candidatos-com-direito-a-debate:

Cavaco Silva - "Os Lusíadas", de Luís de Camões

Nunca é tarde demais para ler os clássicos e, afinal de contas, o dia de Camões confunde-se com o dia das Medalhas, Prémios e Palmadinhas-nas-costas da Pátria Lusa que o professor tão bem conhecerá nos próximos anos...

Mário Soares - "O Padrinho : O Regresso", de Mark Winegardner

Sem comentários.

Manuel Alegre - "Pátria", de Júlio Dantas

Esta obra ímpar da literatura saudosista portuguesa, de leitura obrigatória durante o Estado Novo, relata, através de vários contos sem um fio temporal contínuo ao longo da história do nosso país, vários episódios da vida de Portugal e dos portugueses, como peças de um puzzle que se vai desenhando e que acaba por destacar em nós uma sensação escondida de lusitanidade e orgulho pátrio, bélico, emocionante e perigoso, como todos as vezes em que se substitui a razão pela emoção.

Jerónimo de Sousa - "Estrelas no céu da manhã", de Aleksandr Galin

Após as suas recentes declarações de oposição à legalização e adequado enquadramento da prostituição - a propósito de uma proposta de lei socialista relativa a este assunto - não poderia deixar de lhe oferecer uma brilhante peça de teatro do dramaturgo contemporâneo russo Aleksandr Galin, editado em Portugal pela Cotovia, que fala de um grupo de prostitutas soviéticas que foram expulsas de Moscovo em 1980, para os arredores da cidade, durante - e apenas durante, camarada Jerónimo! - a realização dos Jogos Olímpicos.

Francisco Louçã - "Rousseau e Outros Cinco Inimigos da Liberdade", de Isaiah Berlin

Berlin descreve a noção de liberdade de 6 pensadores clássicos e de como as suas teorias, pretensamente defensoras de uma dada noção de liberdade - por si definidas - acabam por ser teorias totalitárias de defesa de uma ideia monolítica e fundamentalista de verdade, que inibe a diversidade da sociedade e acaba por conduzir à opressão das liberdades fundamentais dos indivíduos.