Frases livres - 8
Muito bom o artigo do prof. José Crespo de Carvalho, no Jornal de Negócios, sob o título Os Gestores Socialistas.
Aqui ficam alguns excerptos:
A intervenção excessiva do Estado não só não resolve os problemas como, numa cultura como a nossa, apenas prejudica o desempenho económico. Considero-me, em ideias, um pró-liberal (embora muitas vezes não praticante) e acredito que o papel do Estado na economia, embora sofra grandes variações consoante a cultura do país em que se vive, deve ser reduzido ao mínimo.
Por exemplo, encontro muito mais pontos comuns com a minha actividade e existência, enquanto gestor, no purismo de Adam Smith e na sua preconização de um Estado reduzido, uma economia auto-regulada, um mercado livre ou uma necessidade de criar valor - que praticamente remonta a este economista, na condição quase imutável em que se ensina em qualquer estabelecimento de ensino de gestão nos dias que correm - do que numa aproximação socialista da satisfação das necessidades materiais e culturais de toda a sociedade e de cada um dos seus membros com vista a desenvolver de maneira incessante e pró-planificada uma qualquer economia nacional, nomeadamente incrementando a produtividade do trabalho social e chegando a uma propriedade colectiva estatal - na sua forma mais acabada, e também utópica, com expressão no plano cooperativo de Lenine.
A defesa da iniciativa privada de Bentham, o inimigo Estado de Burke, a burocratização estatal perniciosa de Humboldt ou a perspectiva de Stuart Mill de não ingerência do Estado em aspectos que o indivíduo resolve por si próprio são, apenas, algumas das ideias que estruturam muito mais os princípios de intervenção dos gestores do que as ideias socializantes preconizadas pelo socialismo.
O socialismo, na gestão, não tem nem teoria própria nem paradigma. Não tem nem modelo nem referências efectivas. Trata-se apenas de wishful thinking. Por isso sinto cada vez mais que os meus colegas que o defendem entram em permanente contradição consigo próprios. Ser socialista, nos meios académicos, é uma quase condição de entrada. Confere um charme e uma áurea de intelectualidade inatingível pelo pragmatismo de alguém de direita. Mas a distância que vai entre a teoria socialista e as práticas empresariais que as próprias pessoas de esquerda aplicam às empresas é talvez a mesma distância que separa as universidades das empresas. Ou seja, continua a ser muito grande.
Aqui ficam alguns excerptos:
A intervenção excessiva do Estado não só não resolve os problemas como, numa cultura como a nossa, apenas prejudica o desempenho económico. Considero-me, em ideias, um pró-liberal (embora muitas vezes não praticante) e acredito que o papel do Estado na economia, embora sofra grandes variações consoante a cultura do país em que se vive, deve ser reduzido ao mínimo.
Por exemplo, encontro muito mais pontos comuns com a minha actividade e existência, enquanto gestor, no purismo de Adam Smith e na sua preconização de um Estado reduzido, uma economia auto-regulada, um mercado livre ou uma necessidade de criar valor - que praticamente remonta a este economista, na condição quase imutável em que se ensina em qualquer estabelecimento de ensino de gestão nos dias que correm - do que numa aproximação socialista da satisfação das necessidades materiais e culturais de toda a sociedade e de cada um dos seus membros com vista a desenvolver de maneira incessante e pró-planificada uma qualquer economia nacional, nomeadamente incrementando a produtividade do trabalho social e chegando a uma propriedade colectiva estatal - na sua forma mais acabada, e também utópica, com expressão no plano cooperativo de Lenine.
A defesa da iniciativa privada de Bentham, o inimigo Estado de Burke, a burocratização estatal perniciosa de Humboldt ou a perspectiva de Stuart Mill de não ingerência do Estado em aspectos que o indivíduo resolve por si próprio são, apenas, algumas das ideias que estruturam muito mais os princípios de intervenção dos gestores do que as ideias socializantes preconizadas pelo socialismo.
O socialismo, na gestão, não tem nem teoria própria nem paradigma. Não tem nem modelo nem referências efectivas. Trata-se apenas de wishful thinking. Por isso sinto cada vez mais que os meus colegas que o defendem entram em permanente contradição consigo próprios. Ser socialista, nos meios académicos, é uma quase condição de entrada. Confere um charme e uma áurea de intelectualidade inatingível pelo pragmatismo de alguém de direita. Mas a distância que vai entre a teoria socialista e as práticas empresariais que as próprias pessoas de esquerda aplicam às empresas é talvez a mesma distância que separa as universidades das empresas. Ou seja, continua a ser muito grande.
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