A bolsa e a vida
Camilo Lourenço critica hoje no Jornal de Negócios a opinião dada por Simonetta Luz Afonso ao mesmo jornal, onde esta clamava por "gente rica a sério, que invista" e não de "gente que brinca na bolsa".
O artigo de Camilo Lourenço está bom e recomenda-se. Gosto especialmente do último parágrafo.
Mas a entrevista de Simonetta encerra outro mito: o de que a Bolsa é um lugar mal frequentado e de pouca utilidade para a Economia. Não é assim. A Bolsa, apesar dos seus pontos fracos, é um excelente meio de financiamento das empresas. Houvesse mais empresários, nomeadamente donos de PME, que recorressem a ela e estaríamos muito melhor. Porque não teríamos empresas tão dependentes da Banca. E porque os empresários (não será patrões?) teriam aprendido a ultrapassar outro grande handicap português: a dificuldade de partilhar o poder. Neste caso a gestão.
O problema de pessoas como Simonetta Luz Afonso e outros iluminados do nosso país é o de viverem permanentemente na proximidade do Estado (ou, pelo menos, do Orçamento de Estado). Para eles, nunca foi muito difícil obter financiamento para os seus projectos. Ele surgia do erário público, uma pequena moeda tirada diariamente a todos os portugueses. Por isso, não compreendem o papel da Bolsa, um sítio onde qualquer um pode ir, seja de tailleur ou fato-macaco, esteja em Bragança ou no Terreiro do Paço. Preferem o estilo do Estado Novo, com meia dúzia de empresários, mais ou menos controlados pelo poder político, a tal "gente rica a sério". Gente séria, de famílias sérias, que faz negócios sérios em sítios sérios. E em que nunca se fala de dinheiro. Porque ele aparece.
O artigo de Camilo Lourenço está bom e recomenda-se. Gosto especialmente do último parágrafo.
Mas a entrevista de Simonetta encerra outro mito: o de que a Bolsa é um lugar mal frequentado e de pouca utilidade para a Economia. Não é assim. A Bolsa, apesar dos seus pontos fracos, é um excelente meio de financiamento das empresas. Houvesse mais empresários, nomeadamente donos de PME, que recorressem a ela e estaríamos muito melhor. Porque não teríamos empresas tão dependentes da Banca. E porque os empresários (não será patrões?) teriam aprendido a ultrapassar outro grande handicap português: a dificuldade de partilhar o poder. Neste caso a gestão.
O problema de pessoas como Simonetta Luz Afonso e outros iluminados do nosso país é o de viverem permanentemente na proximidade do Estado (ou, pelo menos, do Orçamento de Estado). Para eles, nunca foi muito difícil obter financiamento para os seus projectos. Ele surgia do erário público, uma pequena moeda tirada diariamente a todos os portugueses. Por isso, não compreendem o papel da Bolsa, um sítio onde qualquer um pode ir, seja de tailleur ou fato-macaco, esteja em Bragança ou no Terreiro do Paço. Preferem o estilo do Estado Novo, com meia dúzia de empresários, mais ou menos controlados pelo poder político, a tal "gente rica a sério". Gente séria, de famílias sérias, que faz negócios sérios em sítios sérios. E em que nunca se fala de dinheiro. Porque ele aparece.
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