Ideias Livres

quinta-feira, maio 22, 2008

Leya Melhor

A Leya - grupo editorial detido por Paes do Amaral e que agrega algumas das grandes marcas editoriais portuguesas (Dom Quixote, Caminho, Asa, Texto e mais algumas na calha) - quis agitar as águas do meio conservador do panorama editorial nacional, habituado a benzer-se três vezes de cada vez que ouve falar em dinheiro, numa união de interesses ideológicos entre o serodismo miserabilista das elites culturais e a aversão visceral e doutrinária da vanguarda progressista.
Como um negócio existe para fazer dinheiro e o dinheiro se faz, entre outras coisas, desenvolvendo um produto estruturado atractivo, a Leya pretendeu diferenciar a sua presença na Feira do Livro de Lisboa, personalizando os seus pavilhões, que lhes permitirão, certamente, criar algumas sinergias entre a oferta das várias editoras, um eventual agrupamento por canal de negócio e não por marca editorial, entre muitas outras possíveis melhorias.
Claro que a velha guarda veio logo a correr, ai meu deus que não pode ser, a feira é igual para todos, só muda a cor do caixote, numa postura de indústria de massas em que só há um modelo automóvel e é se gostas. Da esquerda ouviu-se a voz do costume nestas causas, o nobelizado Saramago a alegar vantagens competitivas para o grande capital (porque pode fazer o seu próprio caixote?).
Depois de muita conversa e adiamento da inauguração - a meu ver estratégico da parte da Câmara, dado o péssimo tempo que se tem feito sentir... - lá haverá um caixotinho diferente para a Leya e, penso eu, para quem mais tenha interesse nisso.
Do que tenho poucas dúvidas e cá estaremos para o comprovar, é que na edição de 2009 vamos ter muitos caixotinhos diferentes e uma Feira muito mais interessante. Mas um deles foi o primeiro.