A lotaria socialista
A Câmara Municipal de Lisboa, devido aos vários dirigentes políticos que por lá passaram e em especial pelos doze anos de coligação de esquerda, de 1989 a 2001, em que os comunistas tiveram liberdade total para encher a administração local de membros das células da cidade e arredores, em especial nas vereações que lhes são mais queridas, como a Cultura, o Desporto, a Habitação ou a Juventude, é hoje um autêntico cancro administrativo, com reformas cuja premência é gritante.
As próprias políticas "sociais" que desenvolveram foram, muitas vezes, atentados à sociedade e economia liberais, fotocópias de modelos falidos e que só por incompreensiva complacência de todos e um modo de fazer política que premeia a demagogia populista e a ignorância popular (sempre de braço dado...), continuam a existir. Estas políticas ajudaram a esvaziar a cidade de jovens, tendo então inventado um programa soviético de repovoação da cidade, com a construção de habitações para jovens (até trinta e muitos anos...) a preços mais reduzidos que os de mercado - não fossem as classes abastadas dominar o município e votar em quem não devessem. Como parece natural para qualquer pessoa que compreenda os mecanismos de mercado, os interessados nestas casas foram muitos mais do que os fogos disponíveis, pelo que a EPUL decidiu recorrer ao sorteio - sim, leram bem, sorteio! - pois a lei das probabilidades não tem nada a ver com o vil metal e sempre é mais um modo de deixar milhares de pessoas em suspense com uma decisão de uma entidade de capitais públicos a qual, com o girar de uma tômbola, decide a vida de milhares de pessoas (soa ou não a bloco de leste???).
Com esta política absurda de habitação, que pelo meio passou de um objectivo social para o puramente económico, aproveitando-se de terrenos públicos para fazer excelentes negócios, tendo grandes lucros e prejudicando os privados que tentam exercer a sua actividade contra esta concorrência desleal, a EPUL conseguiu fazer com que representantes da classe média-alta fizessem pura especulação imobiliária, com um retardamento de 5 anos imposto por quem criou as regras mas logo se apercebeu da sua impraticabilidade sem mais intervenções. Assim, estando um proprietário inibido de vender a sua casa durante cinco anos, muitos jovens, apoiados pelos pais, candidataram-se sem realmente querer as casas, tirando o lugar a muitas pessoas que realmente as queriam e estavam dispostas a pagar por elas preços de mercado, com sacrifício mas gosto. Passados cinco anos, colocaram-nas no mercado a preços reais, com rentabilidades de 50 % ou mais, tendo ainda pelo meio usufruido das mesmas.
Este esquema eticamente reprovável é visto até com alguma piada por quem nele participa - por não precisar realmente dele. A mim, honestamente, faz-me lembrar dois bons filmes sobre sociedades totalitárias. O primeiro, "Adeus Lenine", em que a mãe do jovem personagem principal acaba por conseguir ganhar um Trabantz após anos e anos de espera, sendo uma enorme alegria para a família, faz-me dar graças por não viver num país em que todas as casas são distribuídas desta forma, pois poderia nunca conseguir viver na minha cidade, ganhando um sorteio para uma habitação em Sintra, Odivelas ou Alcochete. O segundo, "A Ilha", ainda nos cinemas, em que milhares de pessoas vivem fechadas num mega-edifício por pretensa contaminação do exterior e cujo único sonho é vencerem a Lotaria, que lhes permitirá, segundo lhes é prometido pelos controladores dessa comunidade, irem viver para uma ilha paradisíaca longe dos gases nocivos da atmosfera circundante, recorda-me o prazer que o poder tem em controlar as vidas dos cidadãos e a permanente luta que devemos levar a cabo para o vencer.
As próprias políticas "sociais" que desenvolveram foram, muitas vezes, atentados à sociedade e economia liberais, fotocópias de modelos falidos e que só por incompreensiva complacência de todos e um modo de fazer política que premeia a demagogia populista e a ignorância popular (sempre de braço dado...), continuam a existir. Estas políticas ajudaram a esvaziar a cidade de jovens, tendo então inventado um programa soviético de repovoação da cidade, com a construção de habitações para jovens (até trinta e muitos anos...) a preços mais reduzidos que os de mercado - não fossem as classes abastadas dominar o município e votar em quem não devessem. Como parece natural para qualquer pessoa que compreenda os mecanismos de mercado, os interessados nestas casas foram muitos mais do que os fogos disponíveis, pelo que a EPUL decidiu recorrer ao sorteio - sim, leram bem, sorteio! - pois a lei das probabilidades não tem nada a ver com o vil metal e sempre é mais um modo de deixar milhares de pessoas em suspense com uma decisão de uma entidade de capitais públicos a qual, com o girar de uma tômbola, decide a vida de milhares de pessoas (soa ou não a bloco de leste???).
Com esta política absurda de habitação, que pelo meio passou de um objectivo social para o puramente económico, aproveitando-se de terrenos públicos para fazer excelentes negócios, tendo grandes lucros e prejudicando os privados que tentam exercer a sua actividade contra esta concorrência desleal, a EPUL conseguiu fazer com que representantes da classe média-alta fizessem pura especulação imobiliária, com um retardamento de 5 anos imposto por quem criou as regras mas logo se apercebeu da sua impraticabilidade sem mais intervenções. Assim, estando um proprietário inibido de vender a sua casa durante cinco anos, muitos jovens, apoiados pelos pais, candidataram-se sem realmente querer as casas, tirando o lugar a muitas pessoas que realmente as queriam e estavam dispostas a pagar por elas preços de mercado, com sacrifício mas gosto. Passados cinco anos, colocaram-nas no mercado a preços reais, com rentabilidades de 50 % ou mais, tendo ainda pelo meio usufruido das mesmas.
Este esquema eticamente reprovável é visto até com alguma piada por quem nele participa - por não precisar realmente dele. A mim, honestamente, faz-me lembrar dois bons filmes sobre sociedades totalitárias. O primeiro, "Adeus Lenine", em que a mãe do jovem personagem principal acaba por conseguir ganhar um Trabantz após anos e anos de espera, sendo uma enorme alegria para a família, faz-me dar graças por não viver num país em que todas as casas são distribuídas desta forma, pois poderia nunca conseguir viver na minha cidade, ganhando um sorteio para uma habitação em Sintra, Odivelas ou Alcochete. O segundo, "A Ilha", ainda nos cinemas, em que milhares de pessoas vivem fechadas num mega-edifício por pretensa contaminação do exterior e cujo único sonho é vencerem a Lotaria, que lhes permitirá, segundo lhes é prometido pelos controladores dessa comunidade, irem viver para uma ilha paradisíaca longe dos gases nocivos da atmosfera circundante, recorda-me o prazer que o poder tem em controlar as vidas dos cidadãos e a permanente luta que devemos levar a cabo para o vencer.
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