Ideias Livres

segunda-feira, agosto 01, 2005

Big Brother is watching you... not watching

Em quase todos os países ocidentais existe algum tipo de regulação e qualificação dos programas de televisão, existindo horários em que determinados programas não podem ser transmitidos, como forma de prevenir que os menores se desgracem, num misto de sexo e obscenidade... Quem não se lembra da polémica gerada pela transmissão do filme Império dos Sentidos, à cerca de quinze anos atrás, no canal 2, cerca das 22 h?

Nos Estados Unidos discute-se agora a extensão deste tipo de controlo aos canais por cabo, até hoje livres de qualquer tipo de censura. A verdade é que se pode discutir se deve ou não existir este tipo de controlo. Havendo numa dada forma de transmissão, não se compreende por que não estendê-la a outras...

O tipo de programas que os filhos podem ou não ver deve ser exclusivamente uma escolha dos seus pais, únicos responsáveis pela sua formação - ou, de modo mais generalista, dos seus encarregados de educação. Não pode caber ao Estado a definição de limites para o socialmente razoável, pois este, eleito apenas por uma parte da população, tenderá a desenhá-los de acordo com os parâmetros ideológicos dessa parcela da população, inibindo os direitos dos restantes.

Além do mais, está hoje disponível tecnologia - pelo menos nos EUA, fomentada por Bill Clinton sob o nome V-chip - que permite aos pais definir que tipo de programas permitirão que os seus filhos vejam, facilitando a sua tarefa, sem necessitar da intervenção abusiva do Estado. Este deverá, pois, ser o caminho, que devolverá a quem de direito a responsabilidade e a satisfação pela orientação socio-cultural das futuras gerações e da nossa sociedade.

1 Comments:

  • Não julgo que seja uma anarquia cada um poder definir o que ver na sua própria televisão. As escolhas individuais, desde que não se imiscuam nas opções de terceiros, são direitos de cidadania e uma sociedade fica mais pobre sempre que impedida de deles usufruir, mesmo que pareçam à maioria da população obscenos ou descabidos. Ter a Quinta das Celebridades, o Big Brother ou outros blockbusters do género em horário nobre mas considerar que outro tipo de programas devem estar proibidos de passar a essa hora é um claro caso de discriminação, que tem conseguido resultados deploráveis...
    Não julgo que a solução passe por proibir também esses programas, pelo contrário. Eu não considero que a Alta Autoridade para a Comunicação Social ou qualquer outro órgão central saiba melhor do que eu o que os meus filhos ou eu devemos ver. O que não está na televisão, está na FNAC ou na internet. Cabe-nos a nós, enquanto sociedade, no nosso núcleo familiar, educar os nossos filhos para que, quando forem adultos, saibam fazer as escolhas mais correctas. E o facto de não fazerem as mesmas escolhas que nós não significará que errámos mas tão só que o mundo é dinâmico e que nenhuma pessoa, órgão ou Estado será capaz de acompanhar essa mudança.

    By Blogger Diogo Almeida, at 4:55 da tarde  

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