Teoria da Relatividade
20 anos depois de Freitas do Amaral e Mário Soares se terem defrontado nas eleições presidenciais de 1986, ambos foram novamente falados como possíveis candidatos nas próximas eleições para o cargo.
Porém, hoje, o posicionamento político dos dois senhores não é, de todo, o que apresentavam há 20 anos. Freitas do Amaral, fundador de um dos partidos mais à direita no espectro político do pós-25 de Abril, é hoje ministro de um governo socialista e Mário Soares, pelas opiniões assumidas - e omitidas - nos últimos anos, enquadra-se mais no sector ideológico do Bloco de Esquerda do que do PS do século XXI, sendo apoiado por todos no Partido Socialista por razões de ordem emocional - é, afinal de contas, o mais emblemático socialista nacional e padrinho do PS - e racional - Soares é conhecido como um vencedor nato, aquilo que vem mesmo a jeito aos socialistas nesta altura, e foi a única pessoa a conseguir derrotar Cavaco Silva, com as suas Presidências Abertas e o direito à indignação. Sampaio deu apenas a estocada final.
Parece-me, no entanto, que os dois não terão inflectido muito o seu rumo nos últimos vinte anos. Foi, a meu ver, a sociedade portuguesa que mudou e em especial a sua economia, no caminho de uma maior liberalização e, por conseguinte, libertação dos agentes económicos, com o surgimento de centenas de empresas privadas, com a privatização parcial ou total de grande parte das empresas públicas e a perda de poder dos sindicatos. Portugal mudou, de facto. Infelizmente, deveria ter já mudado muito mais, mas as mudanças efectuadas foram suficientes para deslocar boa parte do espectro político nacional, com excepção de alguns partidos extremistas, para uma suposta direita. Pessoalmente, acho que este foi deslocado para cima, para um patamar de menor intervencionismo do Estado. E é isso que Freitas e Soares nunca gostaram de ver acontecer, como animais políticos - de outros tempos - que são.
Porém, hoje, o posicionamento político dos dois senhores não é, de todo, o que apresentavam há 20 anos. Freitas do Amaral, fundador de um dos partidos mais à direita no espectro político do pós-25 de Abril, é hoje ministro de um governo socialista e Mário Soares, pelas opiniões assumidas - e omitidas - nos últimos anos, enquadra-se mais no sector ideológico do Bloco de Esquerda do que do PS do século XXI, sendo apoiado por todos no Partido Socialista por razões de ordem emocional - é, afinal de contas, o mais emblemático socialista nacional e padrinho do PS - e racional - Soares é conhecido como um vencedor nato, aquilo que vem mesmo a jeito aos socialistas nesta altura, e foi a única pessoa a conseguir derrotar Cavaco Silva, com as suas Presidências Abertas e o direito à indignação. Sampaio deu apenas a estocada final.
Parece-me, no entanto, que os dois não terão inflectido muito o seu rumo nos últimos vinte anos. Foi, a meu ver, a sociedade portuguesa que mudou e em especial a sua economia, no caminho de uma maior liberalização e, por conseguinte, libertação dos agentes económicos, com o surgimento de centenas de empresas privadas, com a privatização parcial ou total de grande parte das empresas públicas e a perda de poder dos sindicatos. Portugal mudou, de facto. Infelizmente, deveria ter já mudado muito mais, mas as mudanças efectuadas foram suficientes para deslocar boa parte do espectro político nacional, com excepção de alguns partidos extremistas, para uma suposta direita. Pessoalmente, acho que este foi deslocado para cima, para um patamar de menor intervencionismo do Estado. E é isso que Freitas e Soares nunca gostaram de ver acontecer, como animais políticos - de outros tempos - que são.
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