Feira do Livro
Consegui passar segunda-feira, ao fim do dia, pela Feira do Livro de Lisboa, depois de alterarem a hora de encerramento dos dias de semana para as 21.30 (que continuou a ser demasiado cedo para qualquer pessoa que saia do escritório por volta das 19-19.30 mas, aparentemente o mercado-alvo da feira são estudantes, reformados e desempregados...).
Mesmo assim, não me foi possível ver mais do que pouco mais de metade de uma das alas e ainda não eram 21.30 já muitos stands estavam a fechar - incluindo a Biblioteca Municipal - impedindo-me de saber o que pretensamente tinham para apresentar e, quem sabe, vender. O culto do "frete" está definitivamente instalado na nossa sociedade. Somos uma burocracia ao melhor estilo prussiano, em que o serviço ao cliente é visto por muitos como uma subserviência inaceitável. A excepção a esta regra é, sem dúvida, a Leya, que conseguiu criar um espaço muito interessante e profissional sem impedir a estrutura tradicional dos restantes feirantes. Está uma vez mais provado que os velhos do Restelo que quase impediram a realização da Feira em 2008 estavam obviamente errados.
Quanto a compras, fica a lista pessoal:
- 3 livros infantis-para-adultos, fabulosos, da Planeta Tangerina, uma pequena editora com um projecto muito interessante (um para o pai-eu, outro para a mãe e o terceiro para o filho, que o perceberá melhor daqui a uns anos). Os livros apesar de, a meu ver, caros, estão muito giros. Parabéns.
- Atlas de Historia de España, de Fernando García de Cortázar, historiador jesuíta e vencedor do Premio Nacional de Historia de España de 2008, no quiosque do El Corte Inglés. Já há 2 anos tinha comprado na Irlanda o Atlas of Irish History e o ano passado, em Inglaterra, a Encyclopedia of British History, tendo gostado da forma simples e muito gráfica como a história das ilhas britânicas tinha sido contada. Este tem o valor acrescentado de contar também um pouco da nossa história e vale a pena.
- 4 livros Leya, aproveitando a promoção pague 3 e leve 4 potenciada pelas sinergias do grupo:
"As velas ardem até ao fim" de Sándor Marai (Dom Quixote), "O terceiro Irmão" de Nick McDonell (Teorema), "Experiência" de Martin Amis (também Teorema) e "A Origem das Crises Financeiras", de George Cooper (Lua de Papel). A propósito deste último livro, leiam esta crónica de George Cooper no The Huffington Post que funciona como prólogo do livro. De salientar ainda que este livro foi publicado em Abril de 2008, antes ainda do crash económico a que assistimos do Verão para cá. Depois de lido, tenciono falar sobre ele um pouco aqui.
- "Black Mass" de John Gray: o primeiro contacto que tive com John Gray foi através da edição portuguesa de "Al Qaeda e o significado de ser moderno", da Relógio de Água, em 2004. Um bom livro, mas muito focalizado no confronto Ocidente vs outras culturas, tendo por pano de fundo o 11 de Setembro. Olhando agora para trás e conhecendo outras obras de Gray, encaixa na sua perspectiva do mundo. Na altura não me levou tão longe.
O ano passado comprei "Straw Dogs" não ligando o autor a "Al Qaeda...". Uma obra dura, violenta mesmo em alguns momentos, mas para mim muito marcante. Um murro no estômago.
"Black Mass" vem continuar o tema em que Gray tem evoluído nos últimos anos, criticando veementemente os movimentos milenaristas ou seja, todas as correntes de pensamento que têm por base a ideia de um fim último óptimo para a Humanidade para o qual tendemos e o qual acaba por justificar todos os meios para o alcançar, incluindo neste grupo o positivismo, os movimentos totalitários do século XX bem como o movimento neo-con americano que conduziu à guerra do Iraque. Gray é, sem dúvida, um dos pensadores vivos mais interessantes.
Saí já com alguma coisa na bagagem. Como não consegui voltar à Feira até hoje, para o ano há mais.
Mesmo assim, não me foi possível ver mais do que pouco mais de metade de uma das alas e ainda não eram 21.30 já muitos stands estavam a fechar - incluindo a Biblioteca Municipal - impedindo-me de saber o que pretensamente tinham para apresentar e, quem sabe, vender. O culto do "frete" está definitivamente instalado na nossa sociedade. Somos uma burocracia ao melhor estilo prussiano, em que o serviço ao cliente é visto por muitos como uma subserviência inaceitável. A excepção a esta regra é, sem dúvida, a Leya, que conseguiu criar um espaço muito interessante e profissional sem impedir a estrutura tradicional dos restantes feirantes. Está uma vez mais provado que os velhos do Restelo que quase impediram a realização da Feira em 2008 estavam obviamente errados.
Quanto a compras, fica a lista pessoal:
- 3 livros infantis-para-adultos, fabulosos, da Planeta Tangerina, uma pequena editora com um projecto muito interessante (um para o pai-eu, outro para a mãe e o terceiro para o filho, que o perceberá melhor daqui a uns anos). Os livros apesar de, a meu ver, caros, estão muito giros. Parabéns.
- Atlas de Historia de España, de Fernando García de Cortázar, historiador jesuíta e vencedor do Premio Nacional de Historia de España de 2008, no quiosque do El Corte Inglés. Já há 2 anos tinha comprado na Irlanda o Atlas of Irish History e o ano passado, em Inglaterra, a Encyclopedia of British History, tendo gostado da forma simples e muito gráfica como a história das ilhas britânicas tinha sido contada. Este tem o valor acrescentado de contar também um pouco da nossa história e vale a pena.
- 4 livros Leya, aproveitando a promoção pague 3 e leve 4 potenciada pelas sinergias do grupo:
"As velas ardem até ao fim" de Sándor Marai (Dom Quixote), "O terceiro Irmão" de Nick McDonell (Teorema), "Experiência" de Martin Amis (também Teorema) e "A Origem das Crises Financeiras", de George Cooper (Lua de Papel). A propósito deste último livro, leiam esta crónica de George Cooper no The Huffington Post que funciona como prólogo do livro. De salientar ainda que este livro foi publicado em Abril de 2008, antes ainda do crash económico a que assistimos do Verão para cá. Depois de lido, tenciono falar sobre ele um pouco aqui.
- "Black Mass" de John Gray: o primeiro contacto que tive com John Gray foi através da edição portuguesa de "Al Qaeda e o significado de ser moderno", da Relógio de Água, em 2004. Um bom livro, mas muito focalizado no confronto Ocidente vs outras culturas, tendo por pano de fundo o 11 de Setembro. Olhando agora para trás e conhecendo outras obras de Gray, encaixa na sua perspectiva do mundo. Na altura não me levou tão longe.
O ano passado comprei "Straw Dogs" não ligando o autor a "Al Qaeda...". Uma obra dura, violenta mesmo em alguns momentos, mas para mim muito marcante. Um murro no estômago.
"Black Mass" vem continuar o tema em que Gray tem evoluído nos últimos anos, criticando veementemente os movimentos milenaristas ou seja, todas as correntes de pensamento que têm por base a ideia de um fim último óptimo para a Humanidade para o qual tendemos e o qual acaba por justificar todos os meios para o alcançar, incluindo neste grupo o positivismo, os movimentos totalitários do século XX bem como o movimento neo-con americano que conduziu à guerra do Iraque. Gray é, sem dúvida, um dos pensadores vivos mais interessantes.
Saí já com alguma coisa na bagagem. Como não consegui voltar à Feira até hoje, para o ano há mais.
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