Que União temos?
A União Europeia, ou melhor, uma parte significativa dos seus membros, vive hoje uma preocupante crise económica que começa a provocar algumas ameaças de ruptura social.
A dimensão do Estado, sempre crescente na segunda metade do século XX, tornou-se hoje insustentável. As suas redes sociais criaram situações de desincentivo à produção que, a par de um envelhecimento natural da população não acompanhado de um aumento da idade da reforma, contribuíram para o desequilíbrio entre as receitas e as despesas e para uma situação de défice crónico.
O mesmo Estado Social propiciou, com o tal desincentivo à produção e, por arrasto, ao trabalho, uma sociedade de lazer, com imenso tempo livre. Como ainda havia uma parte da população que ia produzindo, apoiada pela investigação e pela tecnologia de ponta, dos melhores produtos em todo o mundo e a redistribuição de riqueza ia passando o dinheiro destas empresas e cidadãos para os bolsos dos restantes cidadãos, o consumo disparou. Sempre que ia faltando dinheiro, aumentava-se a carga fiscal, sufocando os produtores aos poucos para não degradar a vida dos restantes. Isso conduziu, em parte, ao desequilíbrio da balança comercial da Europa em relação ao resto do mundo.
Aos poucos, a competitividade da Europa foi sendo corroída por políticas destruidoras de riqueza. Outros países, fora do eixo Europa-América-Japão, foram-se libertando de amarras ideológicas que os impediam de dar um salto em frente, como a China e a Índia. Antes delas, já a Coreia do Sul e Taiwan haviam explicado a quem quisesse ouvir como se podia criar uma grande potência económica, com evidentes benefícios para os seus cidadãos. A Europa conseguiu, porém, atrasar o desenvolvimento destes países com políticas proteccionistas que serviam também, ironicamente, para corroer ainda mais a sua competitividade de longo prazo, desincentivando a inovação nas indústrias subsidiadas, sendo o melhor exemplo disso o sector agrícola europeu.
Os últimos quinze anos foram, porém, dramáticos para a Europa pois esta não aproveitou o último ciclo de crescimento económico para efectuar as reformas que se afiguravam como fundamentais à sustentabilidade da economia europeia. Ao invés, acelerou ainda mais os factores negativos, aumentando o consumo - e endividamento - das famílias, aumentando as regalias sociais e a subsidiação da economia, isto é, tapando as feridas com pus. Com a última crise económica disparou o desemprego e as reformas antecipadas, diminuiram os resultados das empresas e, naturalmente, as receitas do Estado, dando origem às situações de défice conhecidas.
A maioria das reformas necessárias, de índole liberal, têm sido enunciadas a medo por alguns agentes políticos e económicos. O capitalismo, sistema económico exigente mas maravilhoso, só origina os seus efeitos positivos quando aplicado a mercados livres e abertos, que propiciam a concorrência e beneficiam os consumidores. Infelizmente, a Europa, por razões ainda por explicar, manteve sempre uma visão romântica da esquerda que a tem impedido de compreender as razões profundas do nosso declínio.
Confrontados com a luz que lhes vai entrando na Caverna, preferem recuar e esconder-se ainda mais na escuridão...
A dimensão do Estado, sempre crescente na segunda metade do século XX, tornou-se hoje insustentável. As suas redes sociais criaram situações de desincentivo à produção que, a par de um envelhecimento natural da população não acompanhado de um aumento da idade da reforma, contribuíram para o desequilíbrio entre as receitas e as despesas e para uma situação de défice crónico.
O mesmo Estado Social propiciou, com o tal desincentivo à produção e, por arrasto, ao trabalho, uma sociedade de lazer, com imenso tempo livre. Como ainda havia uma parte da população que ia produzindo, apoiada pela investigação e pela tecnologia de ponta, dos melhores produtos em todo o mundo e a redistribuição de riqueza ia passando o dinheiro destas empresas e cidadãos para os bolsos dos restantes cidadãos, o consumo disparou. Sempre que ia faltando dinheiro, aumentava-se a carga fiscal, sufocando os produtores aos poucos para não degradar a vida dos restantes. Isso conduziu, em parte, ao desequilíbrio da balança comercial da Europa em relação ao resto do mundo.
Aos poucos, a competitividade da Europa foi sendo corroída por políticas destruidoras de riqueza. Outros países, fora do eixo Europa-América-Japão, foram-se libertando de amarras ideológicas que os impediam de dar um salto em frente, como a China e a Índia. Antes delas, já a Coreia do Sul e Taiwan haviam explicado a quem quisesse ouvir como se podia criar uma grande potência económica, com evidentes benefícios para os seus cidadãos. A Europa conseguiu, porém, atrasar o desenvolvimento destes países com políticas proteccionistas que serviam também, ironicamente, para corroer ainda mais a sua competitividade de longo prazo, desincentivando a inovação nas indústrias subsidiadas, sendo o melhor exemplo disso o sector agrícola europeu.
Os últimos quinze anos foram, porém, dramáticos para a Europa pois esta não aproveitou o último ciclo de crescimento económico para efectuar as reformas que se afiguravam como fundamentais à sustentabilidade da economia europeia. Ao invés, acelerou ainda mais os factores negativos, aumentando o consumo - e endividamento - das famílias, aumentando as regalias sociais e a subsidiação da economia, isto é, tapando as feridas com pus. Com a última crise económica disparou o desemprego e as reformas antecipadas, diminuiram os resultados das empresas e, naturalmente, as receitas do Estado, dando origem às situações de défice conhecidas.
A maioria das reformas necessárias, de índole liberal, têm sido enunciadas a medo por alguns agentes políticos e económicos. O capitalismo, sistema económico exigente mas maravilhoso, só origina os seus efeitos positivos quando aplicado a mercados livres e abertos, que propiciam a concorrência e beneficiam os consumidores. Infelizmente, a Europa, por razões ainda por explicar, manteve sempre uma visão romântica da esquerda que a tem impedido de compreender as razões profundas do nosso declínio.
Confrontados com a luz que lhes vai entrando na Caverna, preferem recuar e esconder-se ainda mais na escuridão...
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