Ideias Livres

segunda-feira, outubro 29, 2007

Por um Referendo Europeu


O chamado "projecto europeu" é hoje um demónio a quem vamos vendendo a alma por uns milhões valentes de euros. A cada passo mais que é dado no caminho da integração política perdemos um pouco mais de autonomia e poder de decisão. Trocamos decisões tomadas por um parlamento que nos está relativamente próximo e que vamos conhecendo e um Governo cuja eleição emana da legitimidade dessa mesma assembleia por uma assembleia de 750 elementos e um órgão executivo longínquo e de constituição obscura, com poderes imensos sobre as nossas vidas.

Como dizia há tempos a um amigo, as únicas decisões que considero positivas no plano comunitário são aquelas que devolvem aos cidadãos um poder que estava nas mãos dos governantes nacionais. No fundo, as instâncias europeias nestes - poucos - casos assumem esse poder temporariamente para de seguida o transferir para os cidadãos. A esse nível temos tido algumas decisões relativas à liberdade económica e social, sendo o caso ainda em avaliação das golden shares mais um.

Todas as restantes decisões significaram uma mera transferência de um poder que me era alheio mas estava em sedes de poder localizadas em Lisboa para outras, já de si mais opacas, localizadas em Bruxelas ou Estrasburgo. Do lobby de agricultores nacionais, aos quais se quisermos ainda podemos espetar uns tabefes e gritar uns insultos sempre que decidirem marchar sobre Lisboa em cima de um tractor a pedir mais uns trocos porque choveu e fez calor na mesma semana, para o lobby de agricultores europeus, dominado pelos franceses e espanhóis e que chupa anualmente aos europeus fortunas principescas para manutenção de privilégios adquiridos entre os quais o de destruir restaurantes MacDonalds.

Se tudo isto era já um facto conhecido, eis que os dirigentes europeus, à revelia absoluta dos cidadãos que os elegeram, estabelecem um pacto de sangue no sentido de impedir a aprovação directa, pelos cidadãos, de um Tratado que visa aprofundar ainda mais este caminho centralista e anti-liberal. O Império contra-ataca.

Confesso que sempre considerei a aprovação Estado a Estado uma impossibilidade processual. Seria como termos obrigado a Constituição de 1976 a ser aprovada distrito a distrito. Ainda hoje não teríamos nada (por outro lado, não teríamos ficado com este articulado obsoleto e no qual pouco me revejo...). O plebiscito de ratificação deste Tratado deve ser realizado a nível europeu, num único acto e o seu resultado global aceite pelos membros. Essa é a única via simultaneamente legitimadora mas eficiente, que permitirá a todos os europeus decidir em par de igualdade sem mergulhar a Europa numa miríade de processos eleitorais usados pelos dirigentes locais como instrumentos de política nacional e em que bastaria uma recusa (nem que fosse do Luxemburgo) para impedir a vontade do que poderia ser uma maioria significativa. O facto de ainda não termos ouvido esta opção da boca de ninguém prova o estado deplorável a que chegou esta pseudo-união, manta de retalhos de frustrações e recalcamentos. E o enorme medo que os dirigentes europeus têm de descobrir que estão completamente perdidos.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Revolução Russa

Quando estamos a menos de um mês do 90º aniversário da Revolução Russa (7 de Novembro de 1917), Pedro Sette Câmara lançou um site, o Revolução Russa, com o objectivo de "reunir documentos – sobretudo traduções e transcrições de livros – que mostrem que o mal tremendo causado pela revolução russa não foi um acidente de percurso mas, assim como no nacional-socialismo alemão, parte essencial do plano" .
A iniciativa, altamente meritória, valerá aquilo que todos estiverem dispostos a fazer dela. Se tiver disponibilidade, tenciono recolher e transcrever alguns registos biográficos de perseguidos do regime e excertos de clássicos da literatura passados durante a longa noite comunista.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Chávez, El Historiador

É difícil não estar continuamente a falar dos disparates que Hugo Chávez todos os dias faz e diz.
Consegui mesmo conter a escrita perante a apresentação do seu CD, no seu programa, que passa num canal que ele controla. Pela enésima vez, a experiência socialista caminha para o culto da personalidade do líder. Desta vez e por enquanto, esse culto envolve "canciones populares de mi abuela". Daqui até às estátuas em tamanho XL, não há-de faltar muito.

Porém, no mesmo programa dominical, o presidente venezuelano deu indicações muito mais graves em relação a futuras iniciativas da sua "Revolução Bolivariana". Chavéz e o seu governo criaram agora um novo sistema de ensino ao qual nenhuma escola poderá fugir e que reescreve a história mundial, com óbvio prejuízo para Colombo e demais conquistadores. Aparentemente, Chávez culpa os povos colonizadores pelo seu aspecto miscigenado. Ainda não percebeu que o problema reside no seu mau gosto...

O Sistema de Ensino Bolivariano é de aplicação obrigatória, não apenas nas escolas públicas mas também no ensino privado, arrasando boa parte do próprio conceito de "privado". O estabelecimento que não se conformar com o programa definido será nacionalizado. Toda este populismo anti-colonialista tresanda a história contemporânea africana. É este o socialismo do século XXI... Igual ao do século XX, mas com uma cantiguinha ridícula como música de fundo. Hasta cuando, Venezuela?

terça-feira, outubro 02, 2007

Ron Paul

A partir de hoje, participarei também no primeiro blog português de apoio a Ron Paul, pré-candidato republicano à presidência dos EUA, Portugal Supports Ron Paul.

Ron Paul é, de todos os candidatos republicanos e democratas, o maior defensor dos direitos individuais e da diminuição do peso do Estado na sociedade, tendo sido candidato do Libertarian Party em 1988.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Desmistificação

A última edição da revista brasileira "Veja" traz uma reportagem extensa sobre a vida e o mito de Che Guevara, sendo mais um importante contributo para a desmistificação de um dos maiores logros da história contemporânea.

A não perder, aqui:

http://veja.abril.com.br/031007/p_082.shtml

Parabéns a Diogo Schelp e Duda Teixeira. Não conheço a realidade social e política do Brasil, mas em Portugal não me lembro de ter visto uma reportagem tão avassaladora da imagem de El Chancho...